no que acredito
A escuta é meu gesto mais visceral, a seiva do meu trabalho e da maneira como me relaciono com o mundo. Escutar, para mim, é mais do que ouvir: é sustentar o que ainda não sabe ser dito e habitar uma presença que não apressa e não enquadra. É estar com.
Acredito que escutar é um ato radical de atenção — uma postura ética, mais do que técnica. As teorias psicológicas são fundamentais para dar densidade a esse movimento; sem elas, a escuta corre o risco de se tornar rasa, presa ao senso comum, incapaz de alcançar a complexidade do humano. No entanto, acredito que nenhum arcabouço teórico deve se sobrepor à experiência viva que se constrói a cada conversa. O conhecimento aqui está a serviço da relação, e não o contrário.
Toda escuta carrega uma ética, uma visão de mundo. A minha se apoia na confiança de que cada pessoa carrega potência, mesmo quando tudo à sua volta diz o contrário.
meu trabalho
O que ofereço é uma escuta terapêutica, um campo de presença, cuidado e reflexão a que comumente chamamos clínica. Mais do que um serviço, trata-se de uma prática que remonta ao sentido original do termo, que vem do grego klínē - inclinar-se junto ao sofrimento, estar ao lado.
Meu trabalho é sustentar encontros onde seja possível a cada pessoa dizer o que ainda não tem forma, sentir o que ainda não tem nome e ter acolhido aquilo que muitas vezes não tem lugar: o estranho, o incomum, o que não se ajusta, o que não performa bem.
Clinicar, para mim, é acolher a diferença — seja ela no corpo, nas formas de pensar ou de se relacionar com o mundo. A terapia, nesse sentido, é um espaço para abrir frestas e encontrar outras maneiras de estar consigo e com os outros.
sobre mim
Desde pequena sempre fui muito sensível ao que me cercava. Uma semente brotando, o que se diz sem dizer, os movimentos de corpos e palavras, de paisagens e de afetos — essas manifestações silenciosas do mundo me tocavam muito, mesmo quando eu ainda não podia compreendê-las. Antes da palavra, a escuta: foi assim que aprendi a habitar o mundo.
Com o tempo, essa sensibilidade virou pergunta. Queria saber como coisas e ideias se sustentam, o que as mantém em equilíbrio, o que as faz desmoronar. Nessa busca, trilhei diferentes trajetórias antes de chegar à clínica. Cada passo foi afinando o modo como me relaciono com o que é vivo, delicado ou difícil de nomear.
Antes de ser psicóloga, caminhei por muitos anos pela física, pela história e filosofia da ciência e pela educação. Em cada uma dessas experiências, fui guiada por uma curiosidade genuína diante das muitas formas com que buscamos sentido em meio às complexidades da vida.
textos
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contato
Se algo ressoou em você, meu contato está aberto para quando fizer sentido.