munique vieira

no que acredito

A escuta é meu gesto mais visceral, a seiva do meu trabalho e da maneira como me relaciono com o mundo. Escutar, para mim, é mais do que ouvir: é sustentar o que ainda não sabe ser dito e habitar uma presença que não apressa e não enquadra. É estar com.

Acredito que escutar é um ato radical de atenção — uma postura ética, mais do que técnica. As teorias psicológicas são fundamentais para dar densidade a esse movimento; sem elas, a escuta corre o risco de se tornar rasa, presa ao senso comum, incapaz de alcançar a complexidade do humano. No entanto, acredito que nenhum arcabouço teórico deve se sobrepor à experiência viva que se constrói a cada conversa. O conhecimento aqui está a serviço da relação, e não o contrário.

Toda escuta carrega uma ética, uma visão de mundo. A minha se apoia na confiança de que cada pessoa carrega potência, mesmo quando tudo à sua volta diz o contrário.

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meu trabalho

O que ofereço é uma escuta terapêutica, um campo de presença, cuidado e reflexão a que comumente chamamos clínica. Mais do que um serviço, trata-se de uma prática que remonta ao sentido original do termo, que vem do grego klínē - inclinar-se junto ao sofrimento, estar ao lado.

Meu trabalho é sustentar encontros onde seja possível a cada pessoa dizer o que ainda não tem forma, sentir o que ainda não tem nome e ter acolhido aquilo que muitas vezes não tem lugar: o estranho, o incomum, o que não se ajusta, o que não performa bem.

Clinicar, para mim, é acolher a diferença — seja ela no corpo, nas formas de pensar ou de se relacionar com o mundo. A terapia, nesse sentido, é um espaço para abrir frestas e encontrar outras maneiras de estar consigo e com os outros.

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sobre mim

Desde pequena sempre fui muito sensível ao que me cercava. Uma semente brotando, o que se diz sem dizer, os movimentos de corpos e palavras, de paisagens e de afetos — essas manifestações silenciosas do mundo me tocavam muito, mesmo quando eu ainda não podia compreendê-las. Antes da palavra, a escuta: foi assim que aprendi a habitar o mundo.

Com o tempo, essa sensibilidade virou pergunta. Queria saber como coisas e ideias se sustentam, o que as mantém em equilíbrio, o que as faz desmoronar. Nessa busca, trilhei diferentes trajetórias antes de chegar à clínica. Cada passo foi afinando o modo como me relaciono com o que é vivo, delicado ou difícil de nomear.

Antes de ser psicóloga, caminhei por muitos anos pela física, pela história e filosofia da ciência e pela educação. Em cada uma dessas experiências, fui guiada por uma curiosidade genuína diante das muitas formas com que buscamos sentido em meio às complexidades da vida.

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textos

Será mesmo que todo mundo deveria fazer terapia?

Em um mundo que parece prescrever terapia para todos, vale a pena dar um passo atrás e questionar... CONTINUA

O que é uma terapia — e o que ela não deveria ser.

Terapia é muito mais do que uma conversa ou um lugar para receber conselhos... CONTINUA

Um corpo que pede pausa, um mundo que acelera.

Seu corpo envia sinais claros: o cansaço que não passa, a dor de cabeça insistente, o sono que não repara... CONTINUA

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contato

Se algo ressoou em você, meu contato está aberto para quando fizer sentido.

no que acredito

A escuta é meu gesto mais visceral, a seiva do meu trabalho e da maneira como me relaciono com o mundo. Escutar, para mim, é mais do que ouvir: é sustentar o que ainda não sabe ser dito e habitar uma presença que não apressa e não enquadra. É estar com.

Acredito que escutar é um ato radical de atenção — uma postura ética, mais do que técnica. As teorias psicológicas são fundamentais para dar densidade a esse movimento; sem elas, a escuta corre o risco de se tornar rasa, presa ao senso comum, incapaz de alcançar a complexidade do humano. No entanto, acredito que nenhum arcabouço teórico deve se sobrepor à experiência viva que se constrói a cada conversa. Antes de ocupar um lugar de saber, é preciso haver uma disposição genuína para acolher - sem antecipação, sem defesas, sem a pressa de encaixar histórias em estruturas preexistentes. As teorias devem estar a serviço da escuta, e não o contrário. Esse é meu posicionamento ético e epistemológico: deslocar o conhecimento técnico de um lugar de autoridade para uma ferramenta a serviço do encontro. Entendo o saber como lugar de abertura, não de enquadramento.

Não existe escuta neutra. Toda escuta carrega uma ética, uma visão de mundo. A minha se apoia na confiança de que cada pessoa carrega potência, mesmo quando tudo à sua volta diz o contrário. Acredito que a clínica não é um lugar de adaptação, mas de autenticidade. Que não se trata de consertar, mas de ampliar possibilidades de ser. Que o sofrimento precisa de espaço para se transformar, não de correção. Que a clínica é sobre construir uma ambiência e propor intervenções que sustentem o processo de alguém se tornar quem é, em contato com o que tem de mais humano, de mais verdadeiro ou doloroso, de mais belo e mais sombrio em si.

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meu trabalho

O que ofereço é uma escuta terapêutica, um campo de presença, cuidado e reflexão a que comumente chamamos clínica. Mais do que um serviço, trata-se de uma prática que remonta ao sentido original do termo, que vem do grego klínē - inclinar-se junto ao sofrimento, estar ao lado.

Meu trabalho é sustentar encontros onde seja possível a cada pessoa dizer o que ainda não tem forma, sentir o que ainda não tem nome e ter acolhido aquilo que muitas vezes não tem lugar: o estranho, o incomum, o que não se ajusta, o que não performa bem. Cuidar, para mim, é um gesto ético de acolhimento da diferença, da dissidência, do desejo, do conflito, do inacabado, do que não se encaixa nos moldes previsíveis da subjetividade social. Me interessa o que busca expressão, o que desafia padrões. Ao mesmo tempo, gosto de criar brechas em terrenos rígidos, de tocar quem foi endurecido por estruturas mais técnicas, racionais ou funcionais. Sensibilizar, para mim, é um posicionamento ético, estético, político e clínico.

Na forma como conduzo meu trabalho, escolho caminhar na contramão de um movimento frequente na psicologia: em vez de me especializar em um certo tipo de sofrimento ou um suposto perfil de pessoa, prefiro ampliar. Parto do reconhecimento de que somos múltiplos, contraditórios, em constante transformação — e que reduzir essa complexidade a categorias ou moldes prontos empobrece tanto quem escuta quanto quem é escutado. Atendo pessoas em situações de vida muito distintas, com histórias únicas, formas diversas de sentir e de estar no mundo — e é justamente nessa variedade que vejo força, pois acredito que a pluralidade não é um obstáculo à clínica, mas a própria condição que a torna viva.

Cada escuta, a meu ver, se enriquece ao ser atravessada por diferentes experiências, corpos, saberes, linguagens, mundos. Ao diversificar os encontros e os referenciais teóricos com os quais dialogo, alimento um olhar mais atento à complexidade do humano, menos propenso a fixar identidades ou a capturar o outro em estruturas fechadas. Assim, escolho me abrir ao trânsito entre diferentes abordagens e formas de compreender. A escuta que pratico foi refinada por diferentes discussões e narrativas teóricas mas é também composta pelas perguntas que carrego, pelas marcas que me constituem, pelas histórias que ouvi e pelas que me atravessaram.

Essa forma de trabalhar não é só uma escolha pessoal, mas uma concepção epistemológica do saber psicológico, que reposiciona seu lugar ao serviço do encontro, da escuta do que é singular, do cuidado com aquilo que não se encaixa facilmente. Não se trata de uma recusa da técnica, mas de uma aposta: a de que escutar bem exige também desaprender, transitar e se afetar para que o encontro clínico possa, de fato, ser espaço de transformação e criação. É essa aposta - na transdisciplinaridade, na diversidade e na complexidade - que sustenta minha prática clínica.

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sobre mim

Desde pequena sempre fui muito sensível ao que me cercava. Uma semente que brota, o que se diz sem dizer, os movimentos de corpos e palavras, de paisagens e de afetos — essas manifestações silenciosas do mundo me tocavam muito, mesmo quando eu ainda não podia compreendê-las. Antes da palavra, a escuta: foi assim que aprendi a habitar o mundo.

Sempre me interessei mais pelo que escapa do que pelo que se impõe – tentava entender o que se escondia nas entrelinhas das conversas e de tudo ao meu redor. Queria saber como coisas e ideias se sustentam, o que as mantém em equilíbrio, o que as faz desmoronar. Uma curiosidade que me levou à Física, numa busca de explorar forças invisíveis, encontrar sentido nos padrões e nos desvios. Com o tempo, percebi que o que mais me interessava não cabia nas equações: eram as histórias por trás das descobertas, o que nos move a construir conhecimento, as lacunas que essa ciência não explica. Me aprofundei na história e filosofia da ciência e da tecnologia, fascinada pelo movimento das ideias. Lecionei Física por muitos anos, interessada em acompanhar o conhecimento no encontro com a experiência de outra pessoa - um exercício constante de escuta e abertura para diferentes formas de compreender o mundo.

A partir desse movimento de escuta e desse interesse pelo que me cerca, sinto naturalmente uma conexão com a alteridade — seja uma pessoa, um outro ser vivo, um ambiente. Esse encontro sensível gera uma abertura que chamo de cuidado: um gesto que reconhece nossa interdependência com tudo o que pulsa ao nosso redor. Para mim, cuidar é um ato que atravessa a escuta e alcança o sentido mais amplo de presença, atenção e responsabilidade — algo que se estende para além do humano e se faz em cada gesto, toque e respiração. É um modo de presença que busca cultivar condições de vida que respeitem não apenas as necessidades imediatas, mas também o equilíbrio mais amplo do que somos, enquanto corpos inseridos num mundo vivo e em constante transformação. Por sentir isso tão profundamente, é natural para mim querer abraçar o cuidado em suas muitas dimensões — do corpo ao ambiente, do alimento aos gestos, dos sentidos às relações. Foi assim que me aproximei de temas como sustentabilidade, cuidado ambiental, nossa relação com o alimento, com os movimentos corporais e com os diversos canais sensoriais que nos ligam ao mundo. Tudo isso, afinal, converge no cuidado — fio que tece meus caminhos e me guiou até a psicologia.

Hoje sou psicóloga clínica e o que me move é ajudar cada pessoa a encontrar sua própria verdade – não aquela esperada, moldada ou aprendida, mas a que emerge quando se escuta de perto. Minha escuta se abre a diferentes linguagens – do corpo, da fala, da arte, dos silêncios. Me interessa o que não se encaixa, o que busca contornos próprios.

Me sinto confortável nas fronteiras – não como lugares de separação, mas como territórios férteis de criação. Gosto de atravessar perspectivas, reagir com fluidez, encontrar caminhos que ampliam os movimentos possíveis. Sigo entre a ciência e a arte, entre o rigor e a intuição. Minha experiência de vida também compõe minha prática. Vivi em diferentes contextos, carreguei perguntas e cicatrizes que enriqueceram minha escuta. Passei anos viajando para ouvir histórias, conhecendo realidades diversas, acolhendo múltiplas formas de existir.

Tudo isso me trouxe até aqui. No centro do meu trabalho, permanece o que sempre me moveu: o interesse genuíno pela outra pessoa, a confiança em sua potência e a premissa de que o cuidado ético está acima de qualquer técnica ou saber.

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formação profissional

Formação Acadêmica

Diplomado en Perspectiva y Práctica Dialógico-Generativa

Fundación Interfas - Taos Institute (2024 - Atual)

Graduação em Psicologia

Universidade Federal Fluminense (2016 - 2021)

Mestrado em Geologia

Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009 - 2011)

Especialização em Geologia do Quaternário - Geologia Ambiental, Paleontologia e Arqueologia

Museu Nacional / UFRJ (2008 - 2009)

Graduação em Física

Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002 - 2007)

Graduação interrompida em Ciências Biológicas

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2006 - 2008)

Formação Complementar (Cursos e Extensões)

Imersão Método Feldenkrais (Faculdade Angel Vianna, 2024)

Design em Sustentabilidade e Regeneração (Gaia Education, 2024)

Imersão Menegatti (Menegatti Movimento Fluente, 2024)

Grandes Desafios da Clínica (Instituto Aripe, 2024)

Fundamentos da Terapia de Casal (Instituto Aripe, 2023-2024)

Capacitação Nacional em Práticas Colaborativas (IBPC, 2023)

Arte, Corpo e Subjetividade (UFF, 2021)

Introdução à Filosofia de Spinoza: mente, corpo e afetos (INCERE, 2021)

Acompanhamento Psicológico na Pandemia COVID-19 (UFF, 2020)

The Art of Fermentation (Sterling College Vermont, 2019)

Estudos Transdisciplinares da Subjetividade: Clínica, Política e Arte (UFF, 2018)

Formação de Multiplicadores em Agricultura Sintrópica (ICMBio, 2018)

Encontro de Saberes (UFF, 2017-2018)

Agrofloresta (CARPE Projetos Socioambientais, 2017)

II Curso de Inverno em Neurociências (UFF, 2016)

Oficina de Braile (Colégio Pedro II, 2015)

Curso Fundamental de Fotografia (Sociedade Fluminense de Fotografia, 2012)

Integração LADIF e escola (UFRJ, 2010)

Identificação do Céu (Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, 2007)

História da Astronomia (Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro, 2007)

Escola de Física Nuclear (USP, 2004)

Escola de Inverno em Programação Estruturada (CBPF, 2004)

Técnico em Música (Escola de Música Villa Lobos, 2002-2004)

Lafex International School on High Energy Physics (CBPF, 2002)

Escola Internacional de Física de Altas Energias (CBPF, 2001)

Astronomia no Verão ano IV (Observatório Nacional, 2001)

Experiência Profissional

Psicóloga Clínica

Consultório Privado (2023 - Atual)

Docente

Instituto Federal Colégio Pedro II (2014 - 2023 e 2010 - 2012)

Centro Universitário La Salle - Niterói (2012 - 2013)

Colégio Gay Lussac (2013)

Secretaria de Educação do Estado do RJ (2008 - 2010)

Bolsista de Pesquisa

Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009 - 2011)

Prêmios

Láurea Acadêmica (Universidade Federal Fluminense, 2021)

Olimpíada Nacional de Geociências - 1º lugar (PETROBRAS / UFRJ, 2011)

1º Lugar - Olimpíada Intercolegial de Matemática (COJEP, 2000)

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O que é uma terapia — e o que ela não deveria ser.

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Um corpo que pede pausa, um mundo que acelera.

Seu corpo envia sinais claros: o cansaço que não passa, a dor de cabeça insistente, o sono que não repara...

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